segunda-feira, 1 de junho de 2009

Minha 1ª Bicicletada

Da primeira Bicicletada ninguém esquece...


Desde o começo deste ano de 2009 venho tentando ir ao evento chamado Bicicletada, que ocorre sempre na última sexta-feira de cada mês. Depois de 4 meses tentando ir, mas sempre não conseguindo em virtude de alguns compromissos profissionais e/ou pessoais, finalmente agora no dia 29/05 consegui ir!


Vou contar um pouco sobre o evento em si, mas antes vou explicar melhor a origem dessa tal Bicicletada e o que ela significa.

Dando um CTRL+C CTRL+V descarado na página da bicicletada (www.bicicletada.org) resumo neste parágrafo sua origem: “A Bicicletada é um movimento sem líderes inspirada na Massa Crítica, ou Critical Mass, uma "coincidência organizada" que começou a tomar as ruas de São Francisco nos EUA em 1998.” Simplificando mais ainda, a Bicicletada nada mais é do que um protesto que reúne diversos ciclistas, sem que haja um órgão, líder ou qualquer entidade envolvida. O único requisito é ter uma bicicleta e se unir à causa, que é reivindicar pelo espaço que o ciclista tem por direito nas ruas. É isso mesmo, lugar de ciclista é na rua e não na calçada!


Apesar do nome protesto, não há relatos de violência contra motoristas, PMs ou marronzinhos. Tudo é feito de forma pacífica e com muito humor e irreverência.


Vou contar um pouco sobre como foi: desde o início da semana estava predestinado a ir lá. O tempo durante a semana foi bastante hostil: bastante frio com momentos de chuviscos. Na 6ª feira não foi diferente, mas só deixaria de ir se caísse um temporal, o que felizmente não aconteceu. Saí mais cedo do trabalho e pedalando rápido para chegar ao local do bonde* no horário marcado.


*Bonde: local fixo onde os ciclistas se encontram para ir à Bicicletada. O horário combinado costuma ser às 18:15 da tarde. Tem bondes espalhados em diversos pontos da cidade, com o intuito de reunir os ciclistas mais próximos de cada bonde.


Chegando lá, para minha surpresa não encontrei ninguém. Dei uma rodada e depois de alguns minutos vi um ciclista parado. Perguntei a ele se ia para a Bicicletada e ele disse que sim. Era o responsável pelo bonde. Esperamos uns 5 minutos, mas no final das contas fomos somente eu e ele. Conversamos durante o trajeto e cortamos o trânsito, que para variar estava totalmente parado... Adentramos o parque do Ibirapuera e depois caímos na Av. Brasil seguindo em direção à Paulista. E aí não tem choro nem vela, só tem subida! Mas nada que um pouco de calma e perseverança não resolvam.


(ainda bem que essa subida não

estava no trajeto...)

Escolhemos a Alameda Campinas, que era uma subida longa, porém de nível intermediário. Estava toda entupida de trânsito (pra variar). Chegando à Av. Paulista, em poucos minutos chegamos ao destino: a Praça dos Ciclistas, que fica na calçada sobre o túnel da Consolação.

Demoramos aproximadamente uns 40 minutos para chegar lá. Tempo inimaginável para se chegar de carro em plena hora do rush. Chegamos às 19:00, conheci uns brothers, e tinha até barril de cerveja, mas não vi nada de gatorade e barrinhas de cereais lá... Ainda bem! rsrs


O que marcou foi o clima de descontração. Você chega e já conhece o pessoal. Acho que o frio espantou muita gente, mas por volta das 20:00hrs, horário de início da manifestação, já estava apinhado de gente lá. Se tivesse calor então... Enfim, depois de alguns minutos começou... Todo mundo pedalando, alguns mais empolgados, outros mais discretos, mas todo mundo com o mesmo objetivo: lutar por seu espaço no trânsito e por uma maior humanização no transporte.

Lá tinha diversos tipos de pessoas: designers, profissionais liberais, geeks, engenheiros, estudantes, solteiros, mascarados, etc. e vários tipos de bike também: MTB simples, MTB de downhill, speeds, bikes de freestyle, dobráveis, reclináveis e até uma bike de 2 andares com 1 buzina ensurdecedora... Cada figura que só vendo pra crer...


A manifestação passou pela Paulista, seguindo em direção à Estação Paraíso, depois descendo a Vergueiro até chegar ao centro. Passamos por barzinhos e faculdades, um alvoroço só. Alguns dos pedestres apoiavam, a maioria ficava com cara de “que bando de maluco!” e claro, tinha alguns que criticavam e esculachavam... Mas isso tudo faz parte, desde que tudo permaneça na paz.

Após passar o centro e pegar um viaduto largo (não me recordo o nome), ocorreu um acidente: o garfo da bike de um rapaz rachou e o mesmo caiu de cara no chão. Teve o supercílio aberto, mas fora isso somente o susto. O CET foi ajudar e para o resto da galera, a pedalada prosseguiu normalmente para que o bando de curiosos não atrapalhasse o atendimento feito ao ciclista.


Depois foi o caminho de retorno. Passamos por regiões inóspitas da região da Luz, que jamais poderíamos passar solitários sem algum tipo de risco à segurança. Pegamos subidas leves e o pessoal animando o tempo todo... Subimos a Avenida Augusta, famosa por sua rede de prostíbulos e baladas alternativas. Era uma subida leve-intermediária, porém longa, muito longa e chegamos ao destino final da Praça do Ciclista.


Depois disso dei mais um tempo lá e quando menos percebi já era meia-noite... Hora de voltar... Pelo menos a maioria do percurso era de descida e reta. Tudo bem mais vazio nesse horário, mas aí é que mora o perigo: tarde da noite em Sampa tem muito bêbado nas ruas e o cuidado deve ser redobrado. Mas felizmente foi tudo tranqüilo, tirando o frio e o fato de ter esquecido a câmera digital...

Mas mês que vem conto o 2º capítulo da Bicicletada e com fotos!


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